Sede da Freguesia

Edifício da Junta de Freguesia, pouco comum em pequenas povoações. Foi erguido no topo de uma elevação de terreno no início do século XX, entre 1917 a 1919, na vigência da I República. Pena que as obras contempladas no projecto inicial não tivessem sido concluídas. A morte prematura do presidente da República Sidónio Pais e as convulsões políticas a que deu origem impediram a concretização integral das intervenções previstas. De salientar que, embora beneficiado de financiamento estatal, a obra foi realizada por administração directa da Junta de Freguesia. A escadaria larga, que deveria estender-se até à estrada, não passou do papel. O edifício foi construído expressamente para nele se ministrar o ensino primário. De acordo com a politica educativa então seguida, os estabelecimentos de ensino construído de raiz incluíam espaços destinados a residência dos professores. No caso, o rés-do-chão seria reservado às salas de aulas – masculina e feminina – e o primeiro andar a fins de habitacionais. O facto de o projecto não ter sido concluído inviabilizou tais objectivos. O primeiro andar nunca foi dividido, ficando em telha vã e por rebocar. Das habitações, apenas se construíram laterais e chaminés, por sinal artisticamente trabalhadas. Só no ano lectivo de 1966/67 o edifício deixou de ter fins educativos. A escola foi então, provisoriamente, transferida para uma casa particular, de Maria Eugénia Henriques Esteves, situada no actual Largo Júlio José de Almeida, vindo a ocupar instalações próprias quatro anos volvidos. A Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico funciona em Além do Rio, num edifício bem dimensionado e com óptima localização. A chamada “Casa Cor-de-Rosa”, a que nos vimos referindo, voltou então à posse administrativa da Junta de Freguesia, que procedeu a obras de restauro, em colaboração com a Câmara Municipal de Anadia. Hoje, alberga as sedes da Freguesia, da Associação Desportiva e Cultural e da Associação de Agricultores. Em tempos, também funcionou no edifício a Pré-Primária, a Extensão de Saúde, um posto dos Correios e Serviços administrativos do Centro de Apoio Social.

Igreja Matriz

Monsarros e, naturalmente a nova “villa” que deu origem a Vila Nova, eram povoações onde proliferavam templos. Já no século XI, abundavam “igrejas rurais” na região. A primeira de que há memória na freguesia é a de S. Marinho em Monsarros, cuja construção é muito anterior à fundação da nacionalidade. Em 1081, surgem as igrejas dedicadas a Santa Maria e a S. João Batista.A igreja Matriz está implantada junto à estrada municipal que liga Vila Nova a Algeriz e Parada. O actual templo será o sucedâneo dos que terão existido na zona do Passal, à Fiuzeira. A história revela, com efeito, que Vila Nova já no século XII dispunha de igreja paroquial. A actual é um edifício da segunda metade do século XVIII, amplo, mas com poucos motivos arquitectónicos de interesse. É dotado de alvenaria em calcário, apesar de a região possuir em abundância grés vermelho – são muitas as casas cujos umbrais das portas e janelas apresentam ainda hoje este material.A torre sineira está implantada no ângulo formado pela capela-mor e os umbrais do corpo de edifício. Os altares laterais são cavados nos flancos e em forma de arco, com dois pares de retábulos. A porta da frontaria, rectangular é encimada por um frontão entrançado mistilíneo. Mais acima, um vasto óculo quadrilobado, com fogaréus nos cunhais. O arco cruzeiro, de tipo simples, fecha uma balaustrada de pedra. No corpo da igreja, do lado esquerdo, existem duas pequenas capelas de construção posterior. Numa delas, figuram as imagens de Nossa Senhora da Soledade e do Senhor dos Passos. Na outra, sobre um andor trabalhado, a imagem imponente mas moderna do padroeiro, S. Miguel, atribuídas à escola escultórica de Braga.Aquando da última reparação do templo, efectuada na década de 80 do século passado, foi retirada desta segunda capela a pia baptimal, colocada do lado direito do altar oposto ao Evangelho. Esta peça inscreve-se no Gótico inicial do século XVI: pé oitavado, receptáculo de caneluras cavadas, planas e espiraladas. Os púlpitos – um de cada lado do corpo principal – datam da primeira reconstrução. O retábulo principal do altar-mor, do tipo setecentista final, é ladeado por quatro colunas compósitas e mísulas entre cada par. De cada lado, existem pequenos nichos com esculturas de calcário, da oficina coibrã do século XV – Santa Luzia e uma imagem de S. Miguel, que substituiu a de uma santa mártir.Os retábulos laterais dos arcos mais próximos do cruzeiro são dotados de pilastras do tipo pendular invertido. No primeiro da esquerda, figuram pinturas populares. No segundo, do mesmo lado, uma tela com as almas do Purgatório e S. Nicolau Tolentino a liberta-las, de autor desconhecido. No altar, uma imagem recente de Nossa Senhora de Fátima.Do lado oposto, o primeiro altar foi restaurado, ficando o fundo de madeira pintado de azul celeste, de onde emerge a escultura em pedra da Virgem com o Menino (Senhora do Rosário), da segunda metade do século XVIII. O segundo altar desse mesmo lado é desprovido de retábulo, tendo apenas um grande Cristo crucificado comum, do século XVII. No altar, duas imagens de Santo António, de tamanhos diferentes.José Augusto, fundidor de Cantanhede, é o autor de um dos sinos da torre. O relógio, que funcionava por pêndulos, foi entretanto substituído por outro, computorizado, que pode ser accionado a partir de um painel instalado na sacristia. De realçar, ainda, a existência de um grande quadro/painel, cuja teia representa S. Cristóvão e o Menino, que cobre parte da parede do lado esquerdo do corpo principal da Igreja, entre um dos retábulos e o púlpito. 

Capela de Nª Sª das Neves

/Das capelas existentes na freguesia, a maior e mais importante é a de Nossa Senhora das Neves, situada em Vila Nova. A Virgem que nela se venera é padroeira tanto da sede da freguesia como do Poço. Esta evocação de Nossa Senhora tem a sua história, que se radica em Itália, sobre a qual não nos debruçaremos.O templo fica no cimo de uma pequeno morro, em pleno centro da localidade, sobraceiro à estrada principal. É o resultado de um legado de Cosme Dias de Campos, em cumprimento de promessa testamentária. Conta a lenda que a anterior capela existente no mesmo lugar, pequena e de construção rudimentar, era desaparecia do lugar, surgindo no sopé do morro, no interior de uma pequena gruta. Tal ocorrência intrigava as pessoas, que voltavam a colocar a imagem no interior do edifício. Porém, a cena repetia-se. E só deixou de ocorrer após a construção da actual capela. Desconhece-se se a imagem a que a lenda faz referência é a que integra o espólio actual. Trata-se de uma pequena escultura trezentista, com apenas 26 cm de altura, em marfim, que representa a Virgem e o Menino. A avaliar material utilizado, será rara.A construção da capela actual data do segundo quatel do século XVII e encerra traços arquitectónicos dignos de registo. É uma das melhores obras dos construtores regionais, possuindo riquíssima talha dourada de Barroco inicial, profusamente espalhada pelos seus três altares. Estes retábulos não são contemporâneos da construção da capela, foram instalados em finais do século XVII.Entre 1948 e 1951, o templo beneficiou de profundo restauro, sob orientação dos serviços oficiais. Mais de meio século passado, tem sido objecto de intervenções pontuais. Seria bom que o recinto onde a capela está implantada fosse preparado de acordo com a arquitectura do edifício. Assim se preservaria esta magnifica relíquia. E, já agora, que as autoridades locais e as sucessivas comissões de festas concertem posições, para que a capela se torne mais conhecida, integrando roteiros turísticos da região da Bairrada.No interior da capela, os pedestais do altar-mor apresentam na base baixos-relevos que, com o central, formam um conjunto de cinco. São eles: “A Anunciação”, “Creche”, “Coroação da Virgem”, “Apresentação do Menino” e “Adoração dos Magos”. As esculturas, de madeira, são da mesma data dos retábulos, tendo sido objecto, posteriormente, de nova pintura. Representam A Virgem e o Menino, em ponto grande, no trono do altar-mor; Santo António e S. Francisco de tamanho médio, nos altares laterais. Os santos Damião e Cosme encontram-se em nichos laterais.Os retábulos a que nos vimos referindo são regularmente entalhados no tipo inicial do Barroco de finais do século XVII. Compões-nos colunas torcidas, pâmpanos, crianças e aves. O retábulo principal é formado por um só arco, sustentado por quatro colunas espiraladas. Na parte inferior, debaixo do trono figuram os cinco pedestais direitos. O arco cruzeiro é adornado apenas com almofadas corridas, mas há um desfecho feliz, ao introduzir-se em composição o arco e a cimalha, com arcos e nichos colaterais.O púlpito encontra-se à esquerda, com acesso em escada de calcário, tal como as cantarias, rasgadas na parede a partir da porta lateral. O púlpito assenta em duas mísulas. Os balaústres, em madeira exótica, servem-lhe de resguardo. A teia do coro alto, originalmente em madeira, foi substituída por outra idêntica, mas com mistura de gesso e cimento na base, aquando da restauração. A grade em madeira torneada, que separa a capela-mor do corpo principal, sofreu na altura o mesmo tratamento.As paredes da capela-mor são forradas de azulejo azul, com florões da transição do século XVII para o XVIII, fabricados em Coimbra. Na sacristia, existe uma escultura de uma só peça, em pedra calcária, representando Cristo crucificado, e outra, colocada em nicho, representando a virgem. Ambos remontam ao século XVII.A frontaria da capela tem a empena cortada pela cimalha horizontal. A porta principal, rectangular, é acompanhada de pilastras, com entablamento e frontão interrompido, donde surge uma cruz. Ao lado, dois postigos. Na linha do coro, há dois nichos com esculturas de calcário, pequenos e vulgares, representando S. Roque e um santo monge, cujo nome se desconhece. Entre os dois, existe uma fresta. A frente segue a linha ondulante, ostentando, perto do vértice, dois rótulos com mascarões, que por sua vez se firmam em cunhais, em pirâmide. Nas fachadas laterais, há portas travessas de verga direita e cornija, dominada de alta fresta, ao contrário das da capela-mor, que são pequenas e deitadas.

O legado de Cosme Dias de Campos
Para melhor apreciamos esta bela ermida, narramos a traços largos, a sua origem, da qual subsistem referências por diversas obras. Conta-se que Cosme Dias de Campos, presumivelmente órfão de pai e mãe, servia, ainda moço, na casa de um senhor, padeiro de profissão. Como era uso, ao pequeno Cosme competia fazer a distribuição do pão em Vila Nova. Certa vez, sentiu fome e não resistiu a tentação de se saciar com o alimento ali mesmo à mão. Satisfez o corpo, mas ficou com o espírito abalado. Sabendo do carácter severo do seu patrão, teve receio de que o admoestasse e, possivelmente, da punição que o esperava. A perspectiva paralisou-lhe os movimentos e, chorando, decidiu não regressar ao trabalho.Mercadores espanhóis, que com relativa frequência por aqui passavam a vender os seus produtos, apiedaram-se do miúdo, acarinharam-no e propuseram-se levá-lo com eles. O rapaz viajou então até terras de Andaluzia, em Espanha. Por lá andou e se fez homem. Emigrou para as Américas, em busca do desafogo de vida que tardava a sorrir-lhe. Terá dito que, se enriquecesse, regressaria as origens e mandaria erigir um templo em honra de Nossa Senhora das Neves. Anos volvidos, já casado com uma sevilhana, empreendeu a viagem de regresso à terra, para cumprir a promessa, já que a sorte tinha batido à sua porta. Porém, no altar mor, foi acometido de doença subira e veio a falecer.Do seu testamento posteriormente tornado público, constava a promessa feita, mas sobremaneira aumentada. Nele se determinava a construção de tês templos em honra de Nossa Senhora das Neves: um em Vila Nova, povoação que tinha marcado o seu destino; outro em Sevilha, terra natal da sua esposa; o terceiro no Pereiro (Anadia), que se presume tenha sido o local de nascimento dos seus progenitores.Á singular história alude Nogueira Gonçalves, ao afirmar que deixou diversos legados pios, “instituindo capelas de missas em Sevilha e nos franciscanos de Coimbra, subsídios a pobres, a órfãs e estudantes de família; mandou construir a capela e dota-la conforme ao costume e direito do tempo”. Sabe-se que a capela dispunha de terrenos anexos – o seu passal – cujo limite era a Vacariça, dos quais se retiravam produtos agrícolas, para benefício dos mais desfavorecidos.Os restos mortais de Cosme Dias de Campos, que segundo Nogueira Gonçalves faleceu no princípio do século XVII, foram trasladados de Sevilha para a capela-mor do tempo de Vila Nova de Monsarros, ficando, no entanto, sem epitáfio. Este autor admite que sejam suas as ossadas descobertas no plano alto do altar-mor, do lado direito, aquando da última grande restauração da capela, entre 1948 e 1951. Esta versão difere um pouco, embora no essencial siga a mesma linha, da vertida a 11 de Maio de 1721 pelo Padre Fernando F. Vasconcelos, nas suas “Notas informativas”, retiradas dos arquivos paroquiais de então. Nelas se lê textualmente: “No lugar de Vila Nova de Monsarros existia uma capela de evocação a Nossa Senhora das Neves, fundada pelo povo, cuja “fabrica” era pelo mesmo dirigida. Mais tarde, pelo ano de 1600 e por instituição testamentária de Cosme Dias, homem que do mesmo lugar foi para a Índia, reedificou a aludida capela e nela instalou uma capelania com missa… (palavras ilegíveis) para o que em seu testamento o dito Cosme Dias mandou… (palavra ilegíveis) que se desse de seus bens a quantia de vinte escudos a um rapaz que estudasse até ser clérigo religiosos ou até tornar outro estado, preferindo sempre os de grau próximo a ele no sangue. Dessem mais dos seus bens a quantia de vinte escudos a quatro mil reis a uma moça pobre para o seu casamento preferindo sempre a de grau mais próximo a ele, no sangue. Mais deixou que dos seus bens se pagasse, cada ano, vinte mil reis deste modo: a terça parte para se fazer a festa de Nossa Senhora das Neves no dia 5 de Agosto; o outro terço para missa pelas almas do purgatório; a terça parte restante para se distribuir pelos clérigos que no dia 5 de Agosto, na véspera e no dia seguinte dissessem missas pelas almas do purgatório. Deixou mais: que na dita capela de fizessem em honra de Nossa Senhora das Neves. E não parou por aqui: que se desse de esmola aos pobres quarenta mil reis de pão e para que todos os legados pios fossem reforçados com rendimentos bastantes. Cosme Dias de Campos faleceu quando vinha para Portigal, tendo determinado que fosse sepultado na cidade… (ilegível) do reino de Castela. Foi sepultado no convento de S. Francisco na capela de Cristo da dita cidade donde se foram buscar seus ossos para a capela de Nossa Senhora das Neves, onde estão sepultados. Faleceu à (sic) 110 anos. Isto é, em 1611”.Pinho Leal também faz referências à aventura vida de Cosme Dias de Campos. Segundo afirma, em 1612, o seu irmão foi a Sevilha buscar as suas cinzas, depositadas na capela de Nossa Senhora das Neves, aproveitando para trazer quatro imagens – de Santo António, S. Francisco, S. Cosme e S. Damião. Entre os legados pios que instituiu, este autor assinala a capela do Convento de S. Francisco da Ponte, em Coimbra, “que o rio submergiu”: Cosme Dias de Sousa deixou à capela de Vila Nova, sustenta ainda, “muitas e boas jeiras de terras” no campo de Coimbra, “alguns casais, foros e terras na cidade de Coimbra, tudo comprado com o dinheiro do testador”.

A restauração da capela
A actual capela de Nossa Senhora das Neves terá beneficiado, ao longo dos quatro séculos da sua existência, de vários restauros, já que os seus  belíssimos altares e o tipo de construção a tal obrigavam. Foi submetida entre 1948 e 1951 a uma profunda restauração. Um dos motivos da intervenção foi o estado em que se encontrava a estrutura. As causas da degradação radicavam no desgaste do tempo, mas principalmente no impacto doa petardos que estoiravam junto aos alicerces, quando, durante as festas, se deflagrava o “castelo”, um dos números de fogo preso apresentado, que entretanto deixou de fazer parte dos festejos. As brechas nas paredes da capela e a degradação a fazer parte dos festejos. As brechas nas paredes da capela e a degradação a que tinha chegado o telhado e a talha dourada apressaram a restauração.Um grupo de pessoas de boa vontade deitou mãos à obra, através de uma comissão, proposta por Francisco Gomes Porto e Luiz Gonzaga Ferreira, que viria a transforma-se em Comissão Administrativa, aprovada em acta de 11 de Setembro de 1948. Apesar de a comissão ser formada predominantemente por pessoas da terra, integrava Francisco Gomes Porto, natural de Coimbra, que fez de Vila Nova a sua terra adoptiva, por casamento com Natália Rodrigues, celebrado precisamente na capela, no ano de 1932.A escola revelou a sua predilecção pelo templo dedicado à Virgem, de quem era especial devoto, expressa no facto de a 16 de Agosto de 1935, criar uma associação, da qual faziam parte outras personalidades da terra passou a aceitar sócios com quotas diferenciadas em função do sexo. Assim nascia o grupo que viria a impulsionar o restauro da capela.Graças ao dinamismo de Francisco Gomes Pinto e aos seus conhecimentos do mundo industrial, foram superadas dificuldades e ultrapassada a complexidade burocrática da iniciativa. Tratando-se uma obra de índole religiosa, foi necessário envolver a comissão eclesiásticas especializada na matéria, que a autorizou e cuja evolução acompanhou. O próprio Estado contribuiu com um subsídio da 100 mil escudos.O restauro da capela teve em Dezembro de 1948 e terminou em Agosto de 1951. Intervieram douradores de Braga, cinzeladores, carpinteiros e pedreiros, entre outros profissionais. Os douradores procederam à limpeza dos retábulos e à reposição dos dourados e restituição ao brilho inicial. Já os cinzeladores e carpinteiros tiveram de restaurar a substituir algumas mísulas e balaústres, aproximando-os o mais possível do aspecto original.Como muitos dos azulejos se encontravam irremediavelmente perdidos apenas a capela-mor foi revestida com os originais.

Capela de Monsarros

A Capela de Monsarros, cujo orago é S. Martinho, está situada junto à rua principal. De construção corrente, o retábulo principal é de calcário, com quatro colunas corítias e caneladas, três nichos intermédios, entablamento e pequeno remate do século XVII. Do mesmo século, duas esculturas: S. Martinho, bispo e a Virgem com o Menino (Nossa Senhora da Nazaré), com um pequenos cavaleiro aos pés. Num pequeno nicho, figura uma escultura de uma santa de finais do século XV. A capela tem uma pequena torre sineira. A festa de S. Martinho, padroeiro de Monsarros, marca o inicio do vinho novo. Celebra-se por volta do dia 11 de Novembro.A capela de Grada está implantada no largo principal. Através de um gradeamento, que remata os murros de entrada, acende-se a uma pequena área aberta, que circunda o templo. Trata-se de um edifício simples, com retábulo em pedra do século XVIII. Tem três nichos baixos, separados por pilastras. Em dois nichos, figuram esculturas e, no centro, o sacrário. Junto ao arco cruzeiro, e de cada lado, colunas com as imagens do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora de Fátima. Entre as esculturas de pedra, dos séculos XV-XVI, figura a de S. Bartolomeu, padroeiro da terra, que tem a seus pés o demónio acorrentado. A festa anual em sua honra realiza-se no último domingo de Agosto.

Capela de Grada

Capelas das Almas

Além das capelas referidas, subsistem outras memórias religiosas, as chamadas “capelas das almas”, benzidas e zeladas para recordas os entes queridos que já partiram. Ainda no primeiro quartel do século XX se encontravam inventariadas como pertencentes ao património paroquial, cujo o livro se encontra no espólio da Junta de Freguesia. Então implantadas em Vila Nova, na zona de Além do Rio; à entrada do Poço, no centro de Parada, junto à ponte sobre o rio da Serra em Algeriz; Cerca de 400 metros a Norte da capela principal de Monsarros e à entrada de Grada. O sentido religioso que norteou a construção destas capelinhas foi sendo desvirtuado, até pela maneira leviana e, tantas vezes, inconsciente como o povo as repara e, inclusivamente, as muda de lugar. Á volta delas, ano após ano e em destas pré-estabelecidas, decorrem pequenos arraiais dançantes, em que o profano imperar e o espiritual está ausente. Por isso passaram a denominar-se “Festas de Mocidade”. Iniciam-se no domingo da Pascoela, no Poço, e continuam, a partir do primeiro domingo de Maio, sucessivamente em Vila Nova, Monsarros e Grada. Terminam em Algeriz no primeiro domingo de Junho.